01 maio, 2009

Dez sentenças para te indefinir:

- Me vesti como noiva, num país que é sempre futuro, para ver renas abatidas na neve. Sou caça.
- Toquei teu ombro com a espada de chicote, teu coração paira no ar entre a queda e o termo da ampulheta. Sou indiferença.
- Beijei teus lábios e choveu a tarde toda. Sou a cicuta doce do filosofo.
- Mirei com meu arco flechas que eram pedras caindo no vácuo. Sou sêmen.
- Ditei às estrelas o que transcorria na varanda entre o lobo e a lua. Sou nostalgia.
- Amei tua beleza negra e tuas unhas se molharam na pele da lógica. Sou inconstância.
- Gritei aos morros que se fizessem cama o que diria a ângulos planos e ao vértice curvas. Sou teu coração.
- Quis-me. Sou antítese.
- Quedei-me. Sou consciência.
- Curvei-me. Sou crueldade.


(Pedro Augusto)

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