03 outubro, 2010

Política

A esperança vence o medo?
Nesta terra de triste degredo
A esperança vira medo.

O zulu bate ainda o chão do terreiro.
Asas inertes poetas
Confundem o vôo em permeio,
Relêem o fim pelo meio,
Dizem do belo o feio.

Amor, ódio, cobiça?
A cana dura do vício,
A cava puta da rima,
A vara de canha medida
Mede a honra em varejo.

Triste sina
Dizem céticos deuses.
Triste troça
Dizem lógicos gregos.
Triste dança da morte
Dizem no Ganges os sábios.
Triste zen da mente,
Dizem mestres chineses.
Triste peça, a da política,
Sem moral no enredo.


(P. Cruz)