11 outubro, 2008

Emet

Nada de urgência me toca.
Nem doces cortes de zippers.
Nem nano rastro de chips,
aberto clip no iPod,
boca do dia
aberta com fome
de carne, grooves,
baixos e cornetas
agudas ferindo subgraves.

Nada me apavora.
Nem unha na carne.
Nem costura no corte.
Nem tatuagens
em viva carne exposta.
Nem meias, cinta-ligas,
língua cortando raivosa
rimas nas coxas de ópio,
seios, lábios, boca, palavra imprópria.

Nada me amedronta.
Nem sua pele lambida
como se curar ferida
fosse deleite
não regra da vida.

(Pedro Cruz)

Um comentário:

Anônimo disse...

Eu, ao contrário, sinto medo de tudo. Mas só às vezes. E só aos poucos. Um beijo.