01 setembro, 2008


México

Se o amor bater a porta na minha cara
fico de cara amarrada,
não faço a barba, não como ou durmo direito
e de desejo na boca seco me amargo.

Se me virar às costas e sumir rua afora
fico mal com a vida,
não faço unhas no nervo da carne,
mas arranho a voz
até que sangre em silêncio, sem alarde.

E se me der um chute
fico a ver navios,
miragem no deserto,
não bebo e me enrolo
feto sem cama
dormindo em mágoas, quieto.

(Pedro Cruz)

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