09 fevereiro, 2011


Moeda de troca

Não se conversa a esmo jogando tempo fora. E o tempo é de acirrar ânimos. Então evite duelos e contendas. Caminhe pelas beiras. Dando voltas fora do redemoinho, mantendo distância prudente.

Não é tempo de se falar feio, e o silêncio pode ser entendido como ofensa. Ter opinião pra tudo e ter pra nada senso. Jeito de respirar fundo e suave, deixando a mente calma e o instinto ágil.

Ceifam-se vidas como se podam campos de trigos. Pior é o fogo. É do céu que vem sopro do encanto confundindo pessoas. É do fundo do mar que olhos vermelhos de peixes deixam o escuro e saem à caça.

É hora de caminhar no fio da espada com equilíbrio de asas ausentes. Austeridade. Fortaleza. Maleabilidade. Invisibilidade. Não é estiagem de se mostrar brilho. Não é lua de desfrute. Não é estação de exílio ou acerto de contas. É tempo de deixar a consciência fluir com o fogo. É antigo circulo fazendo volta no meio-dia. Coisa que não se vê de comum. Coisa difícil.

(P. Cruz)

2 comentários:

cyrano disse...

pedro e sua escrita dura, ponta de faca. palavra de pedra, mesmo que pétala.

coloquei uma ponte lá no meu blog para o teu aqui.

o meu é 10vio.blogspot.com

te desejo noites em claro, luas-sementes...

Janaína disse...

Saturnino, avise quando quiser um dedo de prosa. Abraços! Meu e-mail é o janainaleite@uol.com.br