31 março, 2013



Adaga

Novo corpo para o ventre da terra
É novo amor a vestir pele velha
Novo sorriso para boca banguela
Novo sentido e nenhuma ideia.

Ira velha em abraço de ócio.
Velhos ardis não tecem nervos expostos.

Velhos beijos sabor de novo ódio
É nó recente atando enforcado em corda
Prisão velha agasalhando novos códigos
Novas línguas vertendo veneno precoce.

Sonhos velhos pesadelos de agora.
De novo o velho envelhece e finge que morre.

(Pedro Cruz)