Adaga
Novo corpo para
o ventre da terra
É novo amor
a vestir pele velha
Novo sorriso
para boca banguela
Novo sentido
e nenhuma ideia.
Ira velha em
abraço de ócio.
Velhos ardis
não tecem nervos expostos.
Velhos
beijos sabor de novo ódio
É nó recente
atando enforcado em corda
Prisão velha agasalhando novos códigos
Novas línguas
vertendo veneno precoce.
Sonhos
velhos pesadelos de agora.
De novo o
velho envelhece e finge que morre.
(Pedro Cruz)